sábado, 30 de abril de 2011

A Carruagem do Viajante


(Príncipe de Paus- Tarô de Crowley)

Dizem por aí
Que amor é a chave da felicidade.
Tem gente que duvida.
Acredita que dinheiro
É o que dá alegria à vida.
Outros acrescentam que é a fé.
Ela sim faz a roda girar menos doída,
Mais colorida,
Mais bonita!

Quem escolhe sonhar?
Quem pode comprar?
Quem se lembra de rezar?

Vai, vai, vai,
Vai pra onde?

Dizem por aí
Que o povo do poder
Troca dignidade por oportunidade.
Maldade?
Quem rouba pela ganância,
Não teve mãe,
Perdeu a infância?
Vomita arrogância,
Queima,
Enterra jornalista!
Aparece em capa de revista
Chamado de bandido,
Vigarista!
Não tem problema:
Há de se eleger novamente.
Duvida?
Barriga vazia tem vista fraca,
A cabeça é oca, a memória falha!


Penso, logo existo.
Quem existe tem mente?
Quando mente, sente?
Quando sente, mente?

Vai, vai, vai,
Vai por quê?

Dizem por aí
Tanta coisa,
Que por aqui
Sempre acolhi a liberdade.
Quem me conhece, sabe.
Gosto de dizer o que penso,
Vibrar o que sinto,
Verter desejos.

Ah, o desejo...
O meu desejo,
O teu desejo,
O nosso desejo,
O desapego,
O que permanece,
Adormece...

Entre um prazer e outro,
Fui arrancando cascas,
Experimentando frutas.
Se gostava,
Chupava até o bagaço
E cuspia as sementes.
Assim, assim,
Cuspindo sementes,
Descobri
O que dá sabor,
O que dá cheiro
Às frutas que comia...

Dizem por aí
Que o “Segredo” é valioso.
Eu, por aqui, contemplo o desejo.
Interessam-me as diferenças,
No entanto,
Há algo único
Que antecede o desejo.
Aponta o caminho,
Escolhe o alvo.
E, tal como flecha,
Lança,
Impulsiona,
Atinge,
Fere,
Derruba,
Machuca...

Dizem por aí
Que existem homens estranhos.
Desprezam a própria conveniência.
Alguns acolhidos,
Escolhidos,
São chamados de santos;
Outros, ignorados,
Desprezados,
São recolhidos
Como loucos!

Tudo muito conveniente!
(autora: Cris Lopes)

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