quinta-feira, 17 de junho de 2010

Adeus, Iaiá


Madrugada fria:
Passos,
Descompassos,
Ninguém sorria.

Longe, tudo tão perto.
As últimas horas:
Solidão, dor, agonia...

O corpo coberto,
O olhar incerto...
As mãos cerradas,
As palavras guardadas...

A luz resplandece no quarto sombrio.
Anuncia o momento da travessia.
Vozes amigas confortam-lhe o vazio:
Vamos?
Ela, lúcida, agradece e confia.
No rosto enrugado
Um esboço de alegria.
Nos outros:
Muitas lágrimas...
(autora: Cris Lopes)