sexta-feira, 17 de junho de 2011

Homem dormindo


Lembranças chuleiam as alegrias puídas do nosso amor.
Recordo a cama tão pequena, o quarto tão pequeno, o mundo tão pequeno.
Pernas e promessas entrelaçadas
À bendita desordem de nossas bocas e braços.
Ancas confrontadas,
Em gozos, confortadas...
E nós dinamizados, transbordantes,
Tão aliados e tão amantes,
Apostando em tudo,
Jurando verdades,
Mentiras distantes...

Ah, se algum vidente tivesse me avisado,
Como enganaria o tempo para perpetuar nossas entregas?
Talvez ousasse o meu sorriso mais bonito,
Despisse a minha roupa preferida
E fugisse acenando meus cabelos ao vento,
Sem volta,
Sem revolta,
Sem olhar para trás,
Solta,
Numa corrida enlouquecida.

Assim, como tudo o que vive por miúdo tempo,
Deixaria uma saudade imensa,
Desconfortante,
Movediça.
Desconcertante,
E jamais seria esquecida...
(autora: Cris Lopes)

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