terça-feira, 28 de julho de 2009

Espreguiçar Poético


Refugias o cântico de lamento.
A voz desnuda-se ao olhar atento.
Expulsas velhas palavras omitidas,
Sensações mal vividas,
Rejeições indefinidas,
Sem tempo.
Silencias o medo,
Que foge lento,
Ao vento.
O milagre cria-se aos pés sangrentos,
Lavados, sanados,
Cansados, amados.
A mulher desfalece lânguida, sem calçados,
Em abusos bem vindos,
Em gozos divinos.
Vibras o ventre vivente, vertente.
Pulsam corpos urgentes, gementes,
Moventes em ondas sincrônicas
De expressões atônitas.
Surrados, suados sugam o sumo supremo
De profundezas primitivas,
Fontes instintivas.
Fluido quente, querente faz a carne
Tremer, molhar, viver.
Adormecem os amantes,
Entrelaçados num poético despertar,
Cúmplices, quietos, certos como antes
De que sempre vão se amar!
Cris Lopes

Um comentário:

  1. Sua poesia é belíssima!!! Parabéns...
    Passeando pelos blogs, dei de cara com o seu.
    Um abraço de outra poetisa.

    Jane Santos

    http://tudoepoesiasdajane.blogspot.com/

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